Durante a semana inteira, o candidato a prefeito de Campina Grande, Jhony Bezerra, não falava de outra coisa: a tão esperada carreata do 40, que seria o grande evento da sua campanha. Com vídeos, fotos e declarações em suas redes sociais, Jhony prometia um show de apoio popular, com a presença garantida de seu aliado político, o governador João Azevêdo. Era o evento que ele vendia como a maior demonstração de força política de sua candidatura. Mas na hora H, a promessa ficou só no discurso.
O que se viu, na verdade, foi um cenário bem diferente do esperado. João, que supostamente daria apoio incondicional ao afilhado político, simplesmente não apareceu em Campina Grande. Enquanto Jhony esperava o governador para coroar sua carreata, João Azevêdo estava em qualquer lugar, menos onde sua presença era aguardada. Ao invés de fortalecer a candidatura de Jhony em Campina, o governador preferiu focar suas atenções no Sertão, região onde aparentemente ainda vê chances de obter algum êxito eleitoral.
O que está por trás dessa decisão? Talvez João Azevêdo já tenha lido nas entrelinhas que a eleição de Jhony está fadada ao fracasso e, por isso, decidiu concentrar esforços em regiões onde ainda pode colher algum sucesso. Ou, mais provável ainda, é que o envolvimento de Jhony Bezerra em operações da Polícia Federal tenha feito o governador pensar duas vezes antes de associar sua imagem à de um candidato envolto em polêmicas judiciais.
João, que sonha com voos mais altos, como uma candidatura ao Senado, parece ter optado por evitar qualquer ligação com figuras problemáticas. Afinal, a situação já está complicada o suficiente, com a recente prisão de Lauremília Lucena, esposa do prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena, outro aliado do governador. Será que João está fugindo de mais um desgaste público ao se distanciar de Jhony? Fica a dúvida, mas o certo é que Campina Grande foi deixada de lado, e Jhony, que tanto apostava no apoio do governador, viu seu grande evento esvaziado sem a presença do seu principal cabo eleitoral.