iPhone, Safari e App Store passam por mudanças na União Europeia (Imagem: Divulgação/Apple)
O iPhone permitirá a instalação de aplicativos que estejam fora da App Store pela primeira vez desde o seu lançamento, em 2007. O chamado sideloading será válido especificamente para os países da União Europeia, a partir de 7 de março, como parte de uma nova legislação relacionada com o mercado digital, a DMA. A medida vale para o sistema iOS, o navegador Safari e a própria loja App Store.
A empresa revelou que os desenvolvedores terão mais de 600 novas APIs à disposição, bem como funcionalidades extras para os navegadores rivais do Safari e opções para processamento de pagamentos. Ainda de acordo com a Apple, medidas adicionais de segurança foram tomadas para “reduzir os riscos impostos pela DMA aos usuários da UE”. A gigante de Cupertino enfatiza que as ameaças não são totalmente “eliminadas”.
Essas novidades eram esperadas e vão chegar junto com iOS 17.4, que entrou em beta público nesta quinta-feira (dia 25/01). Elas valem especificamente para a União Europeia. Não haverá qualquer mudança no formato de funcionamento da App Store no Brasil nem em outros mercados relevantes, como os Estados Unidos.
Como será o download de apps no iPhone
Os programadores de app ainda terão de submeter os apps para a Apple. Eles escolherão se a distribuição será pela App Store ou por outras lojas digitais. Os avaliadores da Apple vão checar se a loja e o app seguem protocolos de qualidade, num fluxo que lembra a Mac App Store.
Donos de iPhone vão visualizar uma tela específica de download antes de completar a instalação. Esta tela terá o nome do app, a empresa por trás dele e alguns prints, tal qual ocorre hoje em dia na App Store e na Google Play Store. Além disso, os usuários precisarão autorizar que os market places tenham acesso ao sistema do iPhone.
Tela de instalação de loja de apps no iOS 17.4 (Imagem: Reprodução/Apple)
De acordo com o The Verge, todos os apps baixados no iPhone ainda vão passar de alguma forma pela Apple. O Tecnoblog apurou que o processo de notarização é considerado crítico para manter a alta qualidade dos apps no telefone da maçã.
Navegadores, NFC e jogos
Os navegadores presentes no iOS atualmente são obrigados a usar o WebKit, motor de exibição de páginas da Apple. Eles poderão adotar outros motores a partir de agora. Essa é uma boa notícia para o Chrome e o Firefox, por exemplo.
O NFC do iPhone será destravado. Hoje em dia, ele só funciona em condições totalmente controladas pela Apple. Isso significa que os pagamentos poderão ser feitos mesmo sem passar pela carteira digital Apple Pay.
Serviços de streaming de jogos também passam a ser aceitos na App Store. A novidade deve beneficiar o Xbox Cloud Gaming e GeForce Now. Até então, plataformas rivais da Apple precisavam usar tecnologias embarcadas no Safari para fornecer os games.
Mudanças nas regras de negócios
A Apple também apresentou as novas regras para a realização de negócios na União Europeia. A empresa continuará cobrando taxas dos desenvolvedores de software, mesmo que optem por usar outras plataformas de distribuição.
Em resumo, fica assim:
Redução na comissão: será de 10% a 17%
Taxa de processamento de 3% caso usem o sistema de pagamentos da Apple
Taxa de tecnologia: vale para apps com alto volume de downloads, a partir de 1 milhão. Cada instalação anual no iOS vai pagar pagar 50 centavos de euro, o equivalente a R$ 2,70.
A Apple explicou que 88% dos desenvolvedores da União Europeia hoje em dia não pagam nenhuma comissão para a empresa.
Com informações: The Verge
Apple anuncia maior mudança na App Store desde lançamento do iPhone