iPhone 15 puxou vendas da Apple no quarto trimestre de 2023 (Imagem: Thássius Veloso/Tecnoblog)
A Apple produziu 234,6 milhões de smartphones em 2023 e conquistou a liderança do setor. Ela pertencia anteriormente a Samsung, que fabricou 226,6 milhões de unidades. É a primeira vez em 12 anos que a marca sul-coreana sai da liderança em volume de entregas. A perda de espaço entre aparelhos de entrada e intermediários foi um dos principais fatores para a retração.
Os dados são da consultoria IDC. Em comparação com 2022, a Apple teve um crescimento de 3,7%, enquanto a Samsung registrou uma queda de 13,7%. Fechando o top 5 de maiores fabricantes de smartphones no mercado global, temos a Xiaomi, a Oppo e a Transsion (dona das marcas Infinix, Tecno e Itel).
A consultoria Canalys também mostra dados parecidos. “Pela primeira vez, a Apple superou a Samsung e se tornou a principal fornecedora do ano, em termos de remessas, embora ambas tenham ficado com uma fatia de mercado arredondada de 20%”, diz o comunicado da empresa.
Nabila Popal, diretora de pesquisa da IDC, destaca a Apple como grande vencedora de 2023. “[A Apple] não apenas é a única do top 3 a mostrar um crescimento anual, como também fica com o primeiro lugar pela primeira vez”, comenta. A executiva lembra que a empresa enfrenta “desafios regulatórios” e a “volta” da Huawei como concorrente na China, seu maior mercado.
Amber Liu, gerente de pesquisa da Canalys, diz que a perda de liderança da Samsung também tem a ver com o segmento de entrada e intermediário. Para ela, a empresa investiu em aparelhos mais caros, buscando margens de lucro maiores, mas perdeu participação nos segmentos mais baratos.
Apple, Xiaomi e Transsion seguram queda do mercado
A IDC também aponta que o mercado de smartphones teve uma queda de 3,2%, em comparação com 2022. Considerando todas as fabricantes, foram enviados 1,17 bilhão de smartphones. É o menor volume em uma década — e poderia ser pior, se não fosse o iPhone, no segmento premium, e aparelhos baratos de outras fabricantes.
Xiaomi Redmi 13C, aparelho intermediário da marca chinesa (Imagem: Divulgação/Xiaomi)
Para Toby Zhu, analista sênior da Canalys, os produtos de preço baixo e médio foram os motores da recuperação do mercado no quarto trimestre de 2023, assim como uma demanda maior em regiões emergentes, como Oriente Médio, África, Ásia-Pacífico e América Latina.
Xiaomi e Transsion tiveram um grande crescimento na segunda metade de 2023, graças a aparelhos baratos, avalia Popal. Mesmo assim, a Xiaomi fechou com queda de 4,7% em 2023. Já a Transsion teve impressionantes 30,8% de aumento na produção.
Apple tira Samsung da liderança de smartphones pela primeira vez em 12 anos