Desde setembro os cientistas da missão OSIRIS-REx, da NASA, tentam abrir o módulo que protege as amostras do asteroide Bennu coletadas no espaço. Nesta quinta-feira (11) o último obstáculo parece ter sido superado. A NASA divulgou que finalmente conseguiu remover com sucesso dois fixadores que estavam impedindo o acesso total ao material.
Segundo o comunicado, as equipes agora trabalham para concluir a desmontagem do mecanismo. Desde outubro, quando a primeira parte do compartimento foi aberta, os cientistas estavam tentando remover os fixadores de uma forma segura, sem correr risco de contaminar as amostras que estavam dentro. Até então, apenas uma pequena parte do material estava acessível.
“Nossos engenheiros e cientistas trabalharam incansavelmente nos bastidores durante meses não apenas para processar os mais de 70 gramas de material que pudemos acessar anteriormente, mas também para projetar, desenvolver e testar novas ferramentas que nos permitiram superar esse obstáculo, ” disse Eileen Stansbery, chefe da divisão ARES (Pesquisa e Ciência de Exploração de Astromateriais) da Johnson.
De acordo com a NASA, ainda faltam mais algumas etapas adicionais antes de todo o material ficar totalmente disponível. Apenas depois disso será possível determinar com exatidão a quantidade de amostras coletadas do asteroide Bennu durante a missão.
Uma vista externa do coletor de amostras OSIRIS-REx. (Crédito: NASA/Erika Blumenfeld e Joseph Aebersold)
Cronologia da missão do asteroide Bennu
A espaçonave OSIRIS-REx deixou a Terra em 2018 em direção ao Bennu, um asteroide com órbita próxima à da Terra, pertencente ao grupo Apollo. A missão chegou à superfície da rocha espacial no final de 2020 e mergulhou meio metro em sua superfície por cerca de 17 segundos para recolher amostras;No final de setembro, a espaçonave deixou as amostras na Terra para que elas fossem estudadas e agora os cientistas obtiveram a primeira observação detalhada do Bennu.
Fixadores foram uma dor de cabeça para os cientistas da missão
Os processadores de curadoria interromperam a desmontagem do dispositivo após dois dos 35 fixadores não conseguirem ser removidos com ferramentas habituais e aprovadas para uso na OSIRIS-REx. Duas novas ferramentas então foram projetadas e produzidas especialmente para a remoção das peças.
Essas ferramentas incluem brocas recém-fabricadas sob medida, feitas de um tipo específico de aço inoxidável cirúrgico não magnético; o metal mais duro aprovado para uso na cápsula da missão.
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“Além do desafio de design de serem limitados a materiais aprovados pela curadoria para proteger o valor científico da amostra do asteroide, essas novas ferramentas também precisavam funcionar dentro do espaço confinado do porta-luvas (espaço onde é possivel acessar os fixadores), limitando sua altura, peso e potencial. movimento do arco”, disse a Dra. Nicole Lunning, curadora do OSIRIS-REx na Johnson.
Mesmo sem abrir totalmente o dispositivo, os cientistas já haviam conseguido acessar cerca de 70 gramas de material do asteroide Bennu. A quantidade foi suficiente para superar as 60 gramas que a missão tinha como expectativa e atender todas as solicitações de amostras científicas que a equipe recebeu.
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