Taxa para entregador custa R$ 12 por semana (Ilustração: Vitor Pádua/Tecnoblog)
Resumo
A nova estrutura de cobrança gerou críticas e queixas de entregadores na internet, especialmente no Reclame Aqui.
A empresa diz que a tarifa financia novas ações na plataforma, como aumento no valor mínimo das entregas, bônus por serviço em dias de chuva, missões semanais com pagamentos extras, integração de pedidos entre Rappi e Box, e opção de saque-rápido com taxas variáveis.
O aplicativo de entregas Rappi começou a cobrar uma taxa dos entregadores, o que na prática faz com que os profissionais parceiros possam ficar em dívida com a plataforma. A medida entrou em vigor em janeiro, mas só agora começou a ganhar os holofotes. Os entregadores devem pagar R$ 12 por semana. Caso não façam serviços em volume superior, ficam devendo para o Rappi.
A empresa tem sido criticada na internet. No Reclame Aqui há inúmeras queixas de entregadores sobre a tarifa de R$ 12. Numa delas, um profissional de São Paulo diz o seguinte: “faz as contas, são quase R$ 600 se trabalhar todas as semanas do ano!”. No total, o repasse para o Rappi chega a R$ 624 nas 52 semanas do ano. A resposta da empresa segue sempre o mesmo roteiro: lista os benefícios que passaram a vigorar com o início da cobrança.
Entregadores criticam o Rappi e a tarifa de R$ 12 na Play Store, onde estão dando notas baixas para a empresa (Imagem: Reprodução/Tecnoblog)
Rappi cita novas ações dentro do app
O Tecnoblog busca o Rappi desde a semana passada. A empresa prometeu uma entrevista com o CEO Felipe Criniti, mas depois cancelou o compromisso e enviou a nota que você lê no fim do texto.
Já em seu site oficial, a empresa colombiana publicou um comunicado com os benefícios que são custeados pela nova tarifa. Ela já existia na Box, empresa de delivery adquirida pela Rappi em abril de 2023.
Saída mínima (valor mínimo de uma entrega) de R$ 7 (era R$ 6,50) para motos e carros
Saída mínima de R$ 6 para bicicletas (era R$ 5,50) — este valor já era pago desde 2023, segundo o Rappi
Bônus de no mínimo R$ 1,50 em caso de chuva para cada entrega feita no período
Missões semanais com pagamentos extras
Integração de pedidos — um pedido feito no Box também aparecerá no Rappi e vice-versa
Saque-rápido: opção de receber o pagamento em minutos, com a taxa de saque variando de acordo com o valor retirado — de R$ 0,70 + 4,99% se menor que R$ 100 ou de R$ 0,35 + 4,99% se maior que R$ 100.
O Rappi explica que a taxa é cobrada uma única vez, mesmo que o profissional tenha conta nas duas plataformas. A tarifa é válida apenas em algumas cidades, mas não há informações de quando ela chegará em outros municípios. Pelo que foi apurado com base no site do Rappi, não existe a opção de não pagar a taxa e ficar sem esses benefícios — é pagar ou não trabalhar com a empresa.
Rappi enviou aviso sobre mudança por app para entregadores (Imagem: Reprodução/Internet)
A empresa não explicou, por exemplo, se teme perder entregadores parceiros por causa da nova taxa. Principal nome do mercado de delivery de comida, o iFood declarou com exclusividade ao Tecnoblog que não cobra taxa similar e reiterou que não existe nenhuma conversa ou estudo sobre isso.
O Rappi não deu detalhes sobre as chamadas missões especiais. No site, não há nenhuma explicação sobre haver algum limite de acúmulo da dívida. A empresa não revela o que acontece caso um entregador se machuque em serviço antes de pagar a tarifa por completo.
Confira a resposta oficial
Felipe Critini é CEO do Rappi (Imagem: Divulgação/Rappi)
“A tarifa semanal, implementada a partir de janeiro de 2024, é relativa à taxa de uso e licenciamento das plataformas Rappi Entregador e Box Delivery. Essa tarifa é cobrada apenas de entregadores parceiros que realizaram, pelo menos, uma entrega naquela semana e esse valor é reinvestido em benefícios e melhorias para os próprios entregadores. Entre esses benefícios, estão aumento de tarifa, missões semanais com campanhas para entregadores e maior volume de pedidos, dentre outros. Além disso, incluímos iniciativas como o oferecimento de vagas gratuitas em cursos, soluções como centros de atendimento presenciais, suporte em tempo real e treinamentos de segurança no trânsito.”
Rappi (em nota ao Tecnoblog)
Com informações: Rest of World

