Depois da Intel, é a vez da AMD anunciar uma rodada de demissões, embora em menor escala em relação à rival. A companhia revelou, nesta semana, que demitirá 4% da sua força de trabalho global. Estima-se que a companhia tenha 26.000 funcionários, logo, a porcentagem deve corresponder a pelo menos 1.000 pessoas demitidas.
Ao contrário da Intel, a AMD não enfrenta uma forte crise financeira. Contudo, os últimos resultados financeiros da companhia, referentes ao terceiro trimestre de 2024, têm alguns pontos de alerta. O principal deles envolve a divisão que produz chips gráficos.
No período em questão, a AMD viu a sua receita e o lucro líquido crescerem, porém, a divisão de GPUs desacelerou. As vendas nesse segmento caíram 69% na comparação ano a ano e, para piorar, não há expectativa de melhoras para o atual trimestre.
Em linhas gerais, a AMD tem enfrentado dificuldades para produzir GPUs em escala condizente com as demandas do mercado e, ao mesmo tempo, esses chips têm registrado desempenho inferior em relação às unidades da Nvidia, principalmente em aplicações de inteligência artificial.
Lisa Su, CEO da AMD, declarou aos investidores durante uma videoconferência sobre os resultados do terceiro trimestre que as próximas GPUs da companhia serão competitivas em aplicações de alto desempenho, destacando, nesse quesito, a futura série MI350. O problema é que ela só será lançada no segundo semestre de 2025.
Demissão de 4% da força de trabalho
Em nota, a AMD confirmou a rodada de demissões com a seguinte declaração:
Como parte do alinhamento dos nossos recursos com nossas maiores oportunidades de crescimento, estamos tomando uma série de medidas direcionadas que, infelizmente, resultarão na redução de nossa força de trabalho global em aproximadamente 4%.
No que aparenta ser uma tentativa de amenizar a situação, a companhia não informou quais divisões serão afetadas, muito menos o número exato de funcionários que serão desligados da empresa. Mas, como já informado, estima-se que a decisão afetará pelo menos 1.000 pessoas.
Note que a AMD também não informou o motivo das demissões, mas, dadas as circunstâncias atuais, é possível que a medida tenha relação com o desempenho da empresa no segmento de GPUs.
Vale lembrar que, no caso da Intel, a situação foi mais grave. A companhia tem enfrentando uma forte crise que a fez anunciar, em agosto deste ano, a demissão de 15.000 funcionários ao redor do mundo.
Com informações: TechCrunch, CNBC