A Polícia Federal cumpriu, nesta quarta-feira (18) dois mandados de busca e apreensão na segunda fase da Operação Marasmo, que investiga fraudes em licitações e irregularidades na compra de alimentos para o Hospital de Clínicas, em Campina Grande. A ação ocorre quase um ano após a deflagração da primeira fase da operação, realizada em novembro de 2023, que já havia exposto um esquema que movimentou cerca de R$ 8 milhões em contratos suspeitos.
Na primeira fase, cinco pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público Federal (MPF) por organização criminosa, peculato e contratação ilegal. Entre os investigados estão a ex-diretora-geral do hospital, Vivian Kelly Rezende Costa; o atual diretor, Thyago Gomes de Morais; a nutricionista Carmen Bastos de Moura Spa; Andrea Shirlaynne Agra Ribeiro, coordenadora de compras; e a empresária Izabelli Araújo Diniz, proprietária da empresa IS Risto Gastronomia LTDA, que foi contratada pelo Governo da Paraíba para fornecer refeições ao hospital.
De acordo com o MPF, a empresa IS Risto foi contratada por dispensa de licitação para fornecer refeições prontas (quentinhas) ao Hospital de Clínicas, mas, na prática, preparava os alimentos dentro das dependências do próprio hospital. Esse fato teria isentado a empresa da responsabilidade de realizar o transporte e entrega das refeições, como estipulado no contrato, configurando uma grave irregularidade.
As investigações da PF também apontaram que, entre novembro de 2022 e março de 2023, quatro pagamentos, totalizando mais de R$ 1,4 milhão, foram feitos à IS Risto sem qualquer cobertura contratual. Esses valores foram pagos com base em Termos de Ajuste de Contas, uma prática considerada irregular pelo MPF.
A denúncia, assinada pela procuradora da República Cynthia Arcoverde Ribeiro Pessoa, foi acolhida pela 4ª Vara da Justiça Federal, e as investigações seguem para aprofundar o envolvimento dos denunciados no esquema que lesou os cofres públicos e comprometeu a qualidade dos serviços prestados à população.
A Operação Marasmo continua avançando, e novas fases da investigação não estão descartadas, à medida que surgem mais indícios de envolvimento de outros agentes públicos e privados nas fraudes.

