A Segurança Pública da Paraíba enfrenta uma crise que se intensificou nesta sexta-feira (09) com as exonerações de três oficiais de confiança do Comandante-Geral da Polícia Militar, Coronel Sérgio Fonseca. As demissões, publicadas no Diário Oficial do Estado (DOE-PB), foram realizadas enquanto o comandante estava fora do país, o que levantou suspeitas de um movimento interno para enfraquecer sua posição.
Os militares exonerados ocupavam cargos estratégicos na estrutura da Polícia Militar: o Coronel José Rodrigues de Sousa Neto, que era o Coordenador Geral do Estado Maior Estratégico (EME); o Tenente-Coronel Adalireno Samaroni Delgado da Costa, que comandava o 2º Batalhão de Polícia Militar; e o Tenente-Coronel César de Figueiredo Urach, à frente do Batalhão de Polícia Ambiental. Todos os três tinham ligações diretas com o Coronel Fonseca, o que sugere que as demissões foram uma tentativa de minar sua autoridade.
De acordo com informações apuradas, as exonerações foram realizadas sem o consentimento de Sérgio Fonseca, que foi informado da situação assim que desembarcou em João Pessoa. Sem perder tempo, o comandante dirigiu-se ao Palácio da Redenção para uma reunião com o governador João Azevedo, onde o clima de tensão e a possibilidade de uma crise na cúpula da Segurança Pública foram os principais assuntos.
A substituição dos exonerados também foi imediata. O Coronel Júlio César de Oliveira foi nomeado como Coordenador Geral dos Centros Integrados de Operações, enquanto Wescley de Lira Mota assumiu a Diretoria da Penitenciária Regional de Patos. Essas nomeações sinalizam uma possível reorganização nas fileiras da Polícia Militar e na administração da segurança pública no estado.
O racha entre o Comandante-Geral Sérgio Fonseca e o Secretário de Segurança e Defesa Social, Jean Nunes, não é novidade e já vinha sendo motivo de preocupação nos bastidores do governo de João Azevedo. A recente série de exonerações, no entanto, intensifica o conflito, indicando que novos capítulos dessa disputa estão por vir.
Analistas de segurança pública e integrantes do governo observam com atenção os desdobramentos dessa crise, que pode impactar diretamente na gestão da segurança e no combate à criminalidade na Paraíba. A forma como o governador João Azevedo irá lidar com essa situação será determinante para a estabilidade e a eficácia das forças de segurança do estado.